Como a indústria automotiva impacta a economia brasileira?

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O setor automotivo corresponde a 22% do PIB da indústria e por 4% do PIB total do Brasil, além de empregar mais de 1 milhão de pessoas em toda a sua cadeia produtiva

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A indústria automotiva é uma das maiores frentes para gerar caixa para a economia brasileira. Esse setor chegou ao Brasil em meados do século XX, e hoje está consolidado como uma verdadeira potência, com mais de 60 fábricas espalhadas por, pelo menos, 11 estados e que juntas somam a capacidade de criar de 4 a 5 milhões de veículos por ano.

É só sair na rua que fica claro o motivo para a expressividade desse mercado. Só no Estado de São Paulo, segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (SETRAN), são 31,4 milhões de veículos que circulam – entre carros, motos, caminhonetes e motonetas.

Ricardo Santos, gestor de Desenvolvimento de negócios, conselheiro e Consultor, explica que a indústria automotiva é responsável por movimentar várias outras cadeias, tanto antes como depois da montagem. “Antes da montagem temos os fornecedores de autopeças e antes deles também toda a base de matérias-primas como aço, plástico, borracha e vidros. É uma cadeia importante de industrialização”, explica.

O especialista contou que mesmo depois que o carro está pronto, ele movimenta outras áreas como logística, venda, locadoras, mecânicas, manutenção e mais uma série de mercados que de alguma forma são impactados por esse setor. “Quando nós olhamos a cadeia automotiva ela é gigante e de grande impacto econômico. Todos os países dão uma importância muito grande para esse segmento”, completa.

Após um período bastante desafiador – tanto para a indústria automotiva como também outras áreas – a expectativa é que o segmento volte a crescer mais e mais. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em 2021, a produção de veículos subiu 11,6% em relação a 2020, ano em que começou a pandemia do Coronavírus. Em 2022, o aumento foi de 5,4% em comparação ao total fabricado no período anterior.

Desafios da pandemia

A recuperação do setor automotivo é animadora para o mercado brasileiro, mas não se pode esquecer os desafios enfrentados durante o período da pandemia – e as lições aprendidas durante o ano de 2020.

A começar pelo fato de que a indústria automotiva nacional foi a que acumulou as maiores perdas durante o primeiro ano da pandemia. Enquanto a retração global ficou na casa dos 16% durante o período, no Brasil o número chegou a 32%. A conta inclui carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.

Cerca de 400 mil veículos foram destinados para a exportação durante o ano de 2020, o que Ricardo Santos enxerga como muito tímido. Uma das razões, segundo o especialista, é que a produção de veículos no Brasil é muito menor do que a capacidade que o país possui.

A falta de semicondutores usados na produção dos veículos fez com que diversas linhas de produção paralisassem. Essa foi uma fragilidade identificada pela indústria no período foi a dependência de componentes eletrônicos vindos da China, que foi pioneira do vírus letal. Essa dependência impediu um crescimento tecnológico em vários setores, inclusive na produção de automóveis. A escassez de chips impactou uma cadeira gigante.

Outro aspecto que impactou muito (e ainda é um agravante) é que desde de 2020 o Brasil está vivendo um rearranjo da economia, com uma taxa de juros mais elevada, que impacta diretamente nas taxas de crédito para financiamento do carro. Só para se ter ideia, a taxa Selic cresceu mais de 600% ao ano em 2022, chegando a um patamar de 13,75% frente à 9% que era em 2021.

Apesar do número preocupante, a boa notícia é que se espera uma queda nos juros ainda em 2023, que pode impactar diretamente no crédito e apresentar uma melhora mais expressiva na compra de automóveis.

Tendências para 2023

Ricardo Santos explica que o setor automotivo sempre ditou tendências tecnológicas no mercado, já que trabalha com a produção em alta escala e foi pioneiro em várias revoluções industriais.

Para 2023 e próximos anos, o especialista acredita que a lição aprendida sobre a dependência dos semicondutores durante a pandemia precisa ser sanada. Os chips são usados em diversos sistemas dos carros, e com a escassez deles, as linhas de produção chegaram a ser interrompidas.

A fabricante Stellantis (Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) foi uma das mais inovadoras fábricas que conseguiram driblar a falta de semicondutores, pois investiu cerca de 70% de sua operação em fornecedores da própria América do Sul. Essa provavelmente será uma tendência que se consolidará no mercado neste ano.

As questões ambientais também se tornaram pautas importantes, especialmente com a questão dos combustíveis. A nova legislação de emissões que entrará em vigor prevê a necessidade de veículos mais tecnológicos e evoluídos, saindo da chamada “Euro 5” para a “Euro 6” – essas políticas se aplicam apenas a caminhões e ônibus.

Ainda sobre o meio ambiente, o especialista acredita que os modelos de carros elétricos e híbridos devem continuar se expandindo. Em 2022, a Audi teve recorde de 71% na venda de carros elétricos no país, e a expectativa é não parar por aí.

Tecnologia M.Shimizu para modernização do setor

A M.Shimizu está sempre em busca de modernizar processos e apoiar a indústria automotiva, e isso se reflete em suas tecnologias prontas para acompanhar o segmento em qualquer etapa.

Com softwares de rastreabilidade capazes de oferecer mais controle sobre todas as etapas da cadeia de produção e praticidade na instalação, a M.Shimizu ainda disponibiliza um registro completo com todas as informações que o setor automotivo necessita.