Fabricantes de caminhões traçam objetivos mais ambiciosos com elétricos

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Montadoras esperam deter mais da metade das vendas de veículos deste tipo até 2030

Do Automotive Business

Algumas das maiores fabricantes de caminhões do mundo estabeleceram objetivos ambiciosos para os veículos elétricos e a células de combustível. A Daimler Truck estima que veículos com tais tecnologias alternativas representarão até 60% das suas vendas na Europa até 2030.

Já a Traton e a Volvo pretendem obter uma participação de 50% nesse período. As informações são da Bloomberg.

Essas metas, no entanto, podem ser elevadas. Isso porque essas empresas estão no caminho da descarbonização, mas as vendas de veículos elétricos ainda não decolaram.

Caminhões elétricos representam menos de 2%

A participação de elétricos na Volvo foi pouco mais de 1% no primeiro semestre do ano. Daimler, maior fabricante global de caminhões, Scania, MAN e Navistar oscilaram em torno de 0,3% das vendas.

Esses três grupos fabricantes de caminhões representaram quase 1/4 do mercado global de 4,5 milhões de caminhões e ônibus vendidos em 2022.

Para conseguir atingir a meta, a maioria das empresas tenta desenvolver rapidamente a tecnologia e os ativos industriais necessários para aumento da produção. A Traton estima investir € 2,6 bilhões em eletrificação até 2026.

No entanto, os fabricantes de caminhões provavelmente precisarão de mais do que isso. A Daimler prometeu comprometer a “grande maioria” da I&D em tecnologias com emissões zero até 2025.

Mercado pequeno e altos investimentos são desafios

Esta combinação de um mercado ainda pequeno com altos investimentos pode render alguns anos mais desafiantes para as fabricantes de veículos comerciais. Porém, essas montadoras podem ter aprendido algumas lições com os seus pares de automóveis, concentrando-se nos países com maior apoio político para caminhões com emissões zero e em mercados com maior disponibilidade para pagar.

Hoje, pelo menos 60 políticas que visam especificamente o setor já estão em vigor na China, nos EUA e em países europeus, segundo dados da BloombergNEF. Em vários casos, os governos oferecem apoio simultâneo à produção e à compra destes veículos.

Os compradores atuais normalmente têm ou utilizam grandes frotas, tendem a ter as suas próprias metas de descarbonização. E, em alguns casos, atribuem um preço às suas emissões de CO2.

Investimentos em baterias

Além de aumentar o mercado de caminhões elétricos, a outra estratégia das montadoras é o desenvolvimento de novas tecnologias e aportes na produção de baterias. Daimler, MAN e Volvo já anunciaram investimentos em fábricas de montagem de baterias.

A Volvo também deverá ter capacidade de produção de células de bateria na Europa até 2030, enquanto a Scania vai desenvolver baterias avançadas em cooperação com a Northvolt.

O que está certo é que nos próximos anos, as fabricantes de caminhões investirão em diversas tecnologias com emissões zero e nas suas cadeias de abastecimento, ao mesmo tempo que tentarão manter a rentabilidade das operações.

Além disso, muitos planeiam estabelecer novas empresas de serviços e desenvolver tecnologias autónomas. Tudo isto representa uma grande mudança para uma indústria habituada a ciclos de vida longos e a um ambiente de negócios cíclico.