Novo carro popular: o que esperar e o que isso significa para as montadoras

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No início do ano, o governo federal anunciou que está estudando junto com as montadoras a possibilidade de voltar com o carro popular no Brasil. Mais do que isso, o projeto visa trazer essa modalidade de veículos em faixas de preço bastante acessíveis.

O conceito de carro popular no Brasil surgiu há pelo menos 30 anos como uma forma de baratear o valor dos veículos, com motor 1 litro, 1000 cm³. Com a modernização do setor e a chegada da tecnologia, esses carros populares que atuavam nos anos 1990 com uma média de 50 a 50 cv, hoje possuem motores até 130 cv – o que encareceu os produtos, mas trouxe maior performance.

Um carro popular no Brasil atualmente custa em torno de R$ 60 mil a R$ 80 mil. O “novo popular” está em estudo entre a indústria e o governo para tentar viabilizar um modelo que custe, pelo menos, metade do valor para o consumidor final.

“Novo popular” pode impulsionar a indústria

A proposta do novo popular consiste em uma negociação em que o governo federal abdica parte da arrecadação com impostos do veículo, enquanto as fabricantes e concessionárias abrem mão de uma parte do lucro.

Alguns equipamentos mais sofisticados e que não são necessários para o funcionamento do carro estão em estudo para serem retirados: rodas de liga leve, painel multimídia, ar-condicionado, pintura metálica, entre outros.

Com essas reduções, a expectativa é que o valor do carro não ultrapasse a faixa dos R$ 50 mil.

Crédito e juros altos ainda preocupam montadoras

De acordo com a Anfavea, o mercado contaria com uma média de 300 mil unidades novas no mercado, mas nem todo mundo está empolgado com essa situação.

Algumas montadoras não querem criar modelos mais acessíveis porque não acham que o problema está no preço do carro, mas sim nos elevados juros que são cobrados no Brasil e também a falta de modalidades de crédito disponíveis.

A taxa básica da economia (Selic) saltou mais de 600% em um único ano e chegou ao patamar de 13,75% – onde está estagnada a cinco meses. O que faz encarecer o acesso ao crédito e, por sua vez, o valor dos veículos que são financiados.

Outro impasse é que cada marca possui um portfólio próprio, e as empresas que conseguirem oferecer modelos mais baratos, podem se adequar mais rapidamente ao projeto e aproveitar o quanto antes as reduções fiscais.

A discussão ainda tem muitos entraves, mas o governo federal prometeu entregar uma proposta ainda em 2023.